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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Meu querido Mercado de São José

São com essas palavras que muitos dos comerciantes dizem carinhosamente do local, onde muitos cresceram e hoje dão continuidade, através de seus filhos e netos

O Mercado de São José é o marco da diversidade cultural de Pernambuco e por conta disso não poderia ser esquecido pelos seus 135 anos de história. Normalmente a comemoração acontece no dia 7 de setembro, na qual é comemorado a independência do Brasil. Mas este ano (2010) foi festejado no dia 13 de setembro não deixando de ter menos importância por isso.

Pelos seus corredores apertados, o mercado se mostra cada vez mais um ponto turístico, atraindo a atenção de quem passa, por apresentar produtos artesanais que enchem de colorido as prateleiras. Não importa o material podem ser artigos de barro, cerâmicas, tecidos, entre outros. São peças delicadas que mostram a preocupação do artista em construir cada detalhe.

O local já foi Vila de pescador e hoje oferece para o seu público a maior variedade de pescados, com um preço acessível. Sendo, também, uma ótima referência para quem ainda deseja encontrar cereais vendidos a peso, coisa rara, atualmente.

O comerciante Sinésio Roberto que participa ativamente da história do mercado, onde viveu boa parte da sua infância, agora com 75 anos, não se esquece de homenagear o local, da qual tirou o sustento da sua família, durante anos. Fala com orgulho dos momentos que vivenciou, as reformas que viu e para deixar viva a memória do mercado ainda lançou o livro, Mercado de São José – História e Cultura Popular, na qual apresenta o maior símbolo do centro do Recife.

Esse homem é protetor de uma relíquia que é o antigo livro de assinaturas de visitas ao mercado e entre elas está a do abolicionista pernambucano, Joaquim Nabuco. Ele mantém este livro guardado, com todo o cuidado, em seu escritório que fica próximo ao mercado.
“Gosto do mercado pela representatividade que tem, oferecendo ao seu público o que há de melhor no Estado. É isto que devemos valorizar, esse ícone, pois o mais importante que temos é a nossa cultura e devemos preservá-la da melhor maneira possível”, afirma Sinésio Roberto.

Serviço
Mercado de São José
Praça Dom Vital – São José – Recife
Aberto para compras no horário de 6h às 17h

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Onda de assalto em caixa eletrônico assusta população

Foto: Patrícia Nogueira

As pessoas estão assustadas depois de várias notícias de assaltos a caixas eletrônicos existentes, tanto em supermercados, quanto nas próprias agências bancárias. As ações acontecem em várias locais no Recife, e no interior do Estado, como por exemplo, em Frei Miguelinho e Taquaritinga do Norte.

Um dos roubos ocorridos na madrugada do último dia 15 outubro, ocasionou a explosão de dois caixas eletrônicos, no Mercado Compare Caetés, em Abreu e Lima. A iniciativa era roubar o dinheiro armazenado nas máquinas e como não conseguiram através do maçarico colocaram explosivos, que danificou parte da estrutura e causou desordem em algumas prateleiras. O Mercado passou alguns dias fechados para organização, mas agora, já aberto (veja a foto), atende normalmente seus clientes e o dono tenta recuperar o prejuízo.

Não satisfeita a gangue explodiu, na madrugada do dia 23 do mesmo mês, mais dois equipamentos no Supermercado Varejão, em Paulista. A explosão foi tão forte que estilhaços de metal dos terminais eletrônicos ficaram presos no teto do estabelecimento. A moto de entrega do Varejão também foi danificada.

O titular da Delegacia de Repressão ao Roubo e ao Furto, Manoel Martins, informou, que ainda não existem informações consistentes. Assim continuam as investigações para saber se são casos isolados, ou uma mesma quadrilha é que está efetuando os assaltos.

Duas Agências do Banco do Brasil uma em Frei Miguelinho e a outra em Taquaritinga do Norte, ambas do interior, foram alvo dos assaltantes. Todas essas ações e investidas tem trazido à tona a falha no esquema de segurança nesses locais, passando medo para população.

A Secretaria de Defesa Social criou um grupo de trabalho com objetivo de apresentar, em 30 dias, propostas com providências para combater com mais eficiência os crimes praticados contra agências bancárias, caixas eletrônicos e veículos de transporte de valores.

O assunto ganhou tanta repercussão nacional, pela forma rápida que ocorrem as ações, como também, pela utilização de material explosivo, que foi veiculada uma reportagem no Fantástico.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Morre jovem do caso de atropelamento de duas mulheres




O jovem Diego Calixto de Farias Carvalho, morreu na manhã do dia 28 de janeiro, aos 19 anos, depois de sofrer uma parada cardíaca. Ele chegou a ser levado para o Hospital Memorial Casa Forte, mas foi a óbito.  Isso aconteceu enquanto ele aguardava a primeira audiência, marcada para o dia 28 desse mês, sobre o caso na justiça de atropelamento de duas mulheres, em julho passado, causando a morte de uma delas, na Avenida 17 de Agosto, em Casa Forte, Região Metropolitana do Recife.

Segundo a família ele tinha diabetes e que se agravou pelo estado de depressão que se encontrava desde o acidente, juntando com a ansiedade. Diego foi sepultado no Cemitério Parque das Flores, Zona Oeste. Esse caso ganhou grande repercussão na época, por causa de uma série de erros cometidos durante a investigação, uma delas do teste de alcolemia que só foi realizado cinco horas depois do acidente, não detectando o nível de álcool no sangue.

Diego chegou a ser preso em flagrante, ficando um mês e meio no Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel), mas recebeu um habeas corpus, aguardando a audiência em liberdade. Em novembro do ano passado a justiça determinou que a técnica de laboratório Márcia Maria de Oliveira, 33 anos, na época grávida de seis meses, recebesse meio salário mínimo em alimentos, que seriam pagos pela mãe de Calixto e proprietária do carro, porém, segundo a vítima, até então não havia recebido o benefício.

Culposo ou doloso?

Festas. Bebidas. Amigos. Animação.


Foto: Google

Tudo o que se precisava para ter uma festa perfeita para o estudante Diego Calixto de Farias Carvalho, 19 anos, e seus amigos. Mas na manhã seguinte à festa, no dia 27 de julho, uma idéia não muito inteligente fez com que esse mesmo jovem resolvesse levar seus amigos de carro para casa. Onde está o problema?

Bem, o problema é que ele dirigia embriagado, pois o mesmo confessou que bebeu e ainda que tinha pego as chaves do carro dos pais, escondido, não tendo qualquer autorização para conduzir o veículo.

Esta história só poderia terminar de forma trágica e assim o foi. Após deixar seus amigos em suas respectivas casas e já retornando pela Avenida 17 de Agosto, Região Metropolitana do Recife, ao tentar ultrapassar um ônibus perdeu o controle do carro, subiu a calçada e atropelou duas funcionárias de um laboratório das proximidades, matando uma delas.

Daí por diante aconteceu uma série de erros começando pelo documento que cita como agravante a condição de gravidez de uma das vítimas, tornando-se crime de lesão corporal grave. Porém, essa pena só se aplica quando o acusado tem conhecimento prévio da condição de gravidez, o que não foi o caso.

Outro erro foi quando Diego, submetido a interrogatório, pelos policias, confirmou a ingestão de bebida alcoólica. Mas, nenhum exame foi solicitado dentro do tempo possível para saber exatamente, o nível de álcool, no sangue.

A notícia mais recente é que o jovem em questão assinou um termo de comprometimento com a justiça, na 4º Vara do Tribunal de Júri do Recife. Nesse documento ele se compromete a comparecer ao Tribunal todas as vezes que necessário para esclarecimento do crime. Até que enfim, crime!?

Alguém por acaso já percebeu a gravidade dessa questão? Estão tratando disso como se fosse uma coisa simples, que não envolvesse sentimentos, família, nada. Até que ponto vão ficar levando os fatos em banho-maria?

E para completar o advogado José Albérico Batista, responsável pela defesa, aguarda a apreciação da justiça sobre a contestação da denúncia. Isso porque o defensor quer mudar a acusação de homicídio doloso (com intenção de matar), para culposo (sem intenção de matar).

Independente de qual for o resultado, temos a situação de atropelamento com vítima, duas mulheres, aumentando o índice de crimes contra elas, pela qual, uma foi ferida e a outra morta. Fala-se que Diego por ser jovem tem planos para o futuro. E será que a mulher que morreu também não tinha? 



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Locatários esperam pela construção do anexo

As obras nos prédios estão atrasadas e até agora não tem previsão de quando serão iniciadas


Apesar dos prédios já desocupados ainda não começaram as obras


O bairro de São José, no centro do Recife, tem crescido comercialmente de forma acelerada. Isso tem influenciado o aumento no número de locatários da parte interna do mercado, que já não suporta a quantidade de comerciantes.

Desde então, a falta de estrutura no estabelecimento, fez com que muitos resolvessem se instalar aos arredores, causando uma desorganização e ocupando uma parte, que deveria funcionar como estacionamento.

Um projeto de construir um anexo ao mercado para ampliar a estrutura e poder receber os 125 locatários externos, já foi elaborado, pela prefeitura desde o segundo semestre de 2009, e até agora não tem previsão de quando vão começar. Os quatros imóveis de número 31 e 35, localizados de frente à Praça Dom Vital, e os de numeração 228 e 236, no Cais de Santa Rita, ambos no bairro de São José, estão desocupados há mais de um ano, e até agora não teve as obras iniciadas.

Segundo o presidente da Companhia de Serviços Urbanos (Csurb), Alexandre Sena, o atraso ocorreu por causa da licitação. “O projeto do anexo já é antigo e agora a prefeitura se comprometeu com os locatários de iniciar as obras. Porém, é necessário aguardar o término da licitação da empresa, que ficará responsável pelos serviços”, confirma.

Os prédios também precisam ser vistoriados e liberados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), por se tratar de construções históricas e que foram tombadas. Conceição Tavares, presidente da associação dos locatários internos e externos, demonstra confiança no projeto.

“Eu fui uma das pessoas que lutou para que essa obra saísse do papel e agora temos a certeza de que isso vai acontecer. Mesmo que demore, pelo menos, temos a esperança de receber um local mais seguro para trabalhar, sem estar exposto à chuva e sol”, diz ela.

Já para a comerciante de artigos de umbanda Quitéria Nascimento não espera que isso vai dá certo. “Minha vida foi toda nesse mercado e já estou acostumada com promessas que nunca foram cumpridas. Todos os anos é a mesma coisa, e nada é feito,” reclama.

Para a assessora especial da Secretaria de Turismo do Recife, Mayse Cavalcanti, o projeto vai melhorar o turismo no mercado. “Com a obra os locatários poderão desocupar a área que é destinada ao estacionamento e assim permitir o acesso de carros, facilitando o fluxo de turistas no local”, afirma.

Mercado de São José

História 

Foto: Patrícia Nogueira 


Com sua imponente estrutura arquitetônica do século XIX, o mercado fica localizado no bairro de São José, no centro do Recife. Considerado o marco cultural de Pernambuco, pela existência da diversidade de produtos, tem sido a representação do desenvolvimento comercial. Hoje possui 548 boxes, divididos entre a parte interna, com 423 locatários e da área externa com o número de 125.

A antiga Vila dos pescadores pertencia à igreja da Penha, que após 54 anos de luta judicial, foi dada a posse das terras para a construção de um dos primeiros mercados públicos do Brasil. Desde 1973, tombado Patrimônio Histórico Nacional, sendo reconhecido pela sua arquitetura de influência francesa.

Há 135 anos fazendo parte da História de Pernambuco, vem através deste especial, mostrar a vida dos comerciantes, que cresceram no local, se misturando aos corredores dos diferentes setores de artesanato, gastronomia, religiosidade e que continuam atraindo os olhares dos visitantes.

Artesanato


Foto: Patrícia Nogueira

A diversidade dos produtos encontrados faz do mercado, um dos maiores centros de compras do Estado, permitindo que se conheça em pouco tempo a tradição e a riqueza cultural, que envolve o povo nordestino.

A maior parte dos locatários trabalha vendendo artesanato de barro, herança deixada pelo Mestre Vitalino, mais conhecido como o rei do barro. Entre os corredores, é possível encontrar cestas de palhas, bonecos, tecidos de algodão, redes e panos rendados. Objetos que conquistam os clientes ficando impossível, não levar os produtos oferecidos nas prateleiras.

Uma das vendedoras de artesanato mais antiga, natural de Timbaúba interior do Estado, Severina Trajano, 49 anos, recebe seus produtos para revenda de várias regiões do estado de Pernambuco, além das cidades de São Luís e João Pessoa. “Construí minha vida aqui e gosto de conviver com todos desse mercado. Só saio daqui quando morrer, minha vida está ligada a este lugar”, fala emocionada.


Gastronomia
Na parte gastronômica servida no pátio de refeições localizado no lado de fora do mercado, serve diariamente, vários pratos típicos como macaxeira, inhame, galinha guisada, buchada de boi, feijão caseiro, sopa, munguzá, o típico cuscuz, entre outros. Eles são vendidos a preços bem populares, em média R$ 5.
Em meio há tantas variedades, as histórias de muitos comerciantes deste setor, se misturam ao cheiro das comidas. Como é o caso do assessor da Comissão Permanente do Mercado, Abdenago de Souza Leite, 81 anos, conhecido popularmente como Microfone. Ele começou a trabalhar no mercado ajudando seu pai, que deixou o comércio para ele e seu irmão gêmeo, que já faleceu. “Sou locatário há 70 anos, e agora sozinho, preciso da ajuda de um sobrinho, que fica o dia todo comigo aqui no box da Praça de Alimentação”, afirma.






Religião


Foto: Patrícia Nogueira

As variedades encontradas, nos corredores apertados, desse estabelecimento comercial, não param. É possível, para quem entra pela porta principal e até mesmo na área externa, observar diversas especiarias utilizadas em diferentes rituais religiosos.
Em Pernambuco, como recebe influência da religiosidade africana é possível encontrar no mercado, produtos, para os adeptos ao Candomblé e Umbanda. Os fregueses podem comprar utensílios como tigelas, incensos, palhas decorativas, búzios, pulseiras de santos, velas, remédios e perfumes. Esses adereços normalmente são utilizados nos mais variados rituais.
Assim, agradam clientes como Marta Silva, 65 anos, dona do Centro Espírita de Umbanda, na cidade de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. “Venho sempre no mercado comprar produtos para minhas reuniões. Tudo o que eu preciso encontro aqui e consigo realizar minhas obrigações para os meus orixás”, confirma.


Turismo

Por tudo o que o mercado representa e por ser um Patrimônio da cidade, deve ser respeitado pela sua história que contribui para o crescimento econômico, social e cultural da vida de cada pernambucano, que até hoje continua a trabalhar no local. E mostra que é possível reunir em um só lugar, variedades de produtos e pessoas, sem perder a tradição.

Por isso continua sendo um dos locais mais visitados como ponto turísitco no Recife. Como mostram os vídeos do casal Veridiana Bittencourt, nutricionista, 35 anos, e Marco Antônio Kulik, dentista, 35 anos, que vinheram de São Paulo para conhecer as riquezas culturais do local.